terça-feira, novembro 10, 2020

O Bebê de Rosemary


(Rosemary´s Baby, EUA, 1968)
Direção: Roman Polanski
Elenco: Mia Farrow, John Cassavetes, Sidney Blackmer, Ruth Gordon

Se tem um cineasta especialista no embate realidade e imaginação este é o mestre francês Roman Polanski. Uma prova disso é o genial O Bebê de Rosemary, o segundo filme da famosa trilogia do apartamento. Enquanto o primeiro filme da trilogia, Repulsa ao Sexo, aborda traumas sexuais e o último, O Inquilino, remete a crise de identidade e xenofobia; O Bebê de Rosemary faz um aterrorizante comentário sobre trauma cristã, maternidade e misoginia (o incômodo da presença masculina já explorado em Repulsa ao Sexo). Adaptação da obra de Ira Levin, o filme conta a estória de Rosemary, uma jovem recém-casada que se muda para um apartamento dos sonhos e finalmente consegue engravidar. Mas o que seria um momento maravilhoso se torna um pesadelo sem fim. Focado na personagem principal, Polanski brinca com o catolicismo ao criar uma mulher atormentada por uma rígida criação católica que por ironia do destino lhe impõe um destino cruel (não é coincidência que ela tenha um nome tão angelical, Rosa Maria). E a obra é marcada pela melhor atuação da carreira de Mia Farrow que sabe transmitir o terror de que algo ruim está acontecendo; mesmo assim a veterana Ruth Gordon rouba a cena como a vizinha "simpática". Outro destaque vai para a ótima trilha sonora de Krzysztof Komeda, uma canção de ninar diabólica. O Bebê de Rosemary é um clássico do terror sobre uma mulher que tem a sua maior experiência de vida sendo roubado: a maternidade.

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