domingo, novembro 01, 2020

O Sétimo Selo


(Det Sjunde Inseglet, Suécia, 1957)
Direção: Ingmar Bergman
Elenco: Max von Sydom, Gunnar Björnstrand, Bengt Ekerot, Nils Poppe.

O clássico O Sétimo Selo entrou para história do cinema e da cultura pop ao dar forma a figura da morte, por isso que este filme é o mais famoso da carreira do mestre Bergman. Mas a obra tem outros atributos que surpreende até pra quem conhece a filmografia do cineasta sueco como o seu hilário senso de humor que contrasta com o tom místico e existencial que o filme propõe.
Na Idade Média, um cavaleiro das cruzadas retorna para sua terra natal e testemunha a barbárie da peste negra e encontra com a morte. Esta lhe dar uma trégua temporária ao aceitar uma partida de xadrez com o cavaleiro. O Sétimo Selo foi realizado após Morangos Silvestres, e os dois filmes tem uma breve conexão ao falar da brevidade da vida. No entanto, O Sétimo Selo apresenta um comentário poderoso sobre como vivemos em um mundo da encenação. Bergman expõe a via dupla da espetacularização: enquanto a arte (o teatro) entretém a vida com a alegria, o idílico e o mundano; a religião criar um show fúnebre, pesado até mesmo diabólico (uma mulher é levada a morte acusada de trazer a peste, uma óbvia alusão a Inquisição). Assim faz todo o sentido o filme criar um rosto a morte pois a humanidade faz de tudo um espetáculo. Dessa forma a obra expõe a imortalidade da arte, seja a usando para o bem ou para o mal.

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