quarta-feira, fevereiro 01, 2023

Avatar: O Caminho da Àgua

(Avatar: The Way of Water, EUA, 2022)
Direção: James Cameron
Elenco: Sam Worthington, Zoe Saldana, Kate Winslet, Sigourney Weaver.

Após a vitória dos Na´vi sobre os terráqueos na luta pela dominação de Pandora, o casal Jake Sully e Neytiri se casam e acabam gerando três filhos. Com o passar do tempo a paz dos Na´vi termina quando os terráqueos (comandados agora com o falecido Coronel Miles que volta no corpo de um Na´vi) retornam para dominar o planeta. E para uma vitória terráquea, Miles caça a família de Sully que decidem fugir da floresta para uma outra tribo adaptada a vida marinha. Assim, eles tem que se esconder e conviver em uma nova cultura.
Treze anos depois do primeiro filme, James Cameron não para de surpreender. E aqui ele está na sua zona de conforto total. Avatar: O Caminho da Água é um espetáculo visual fascinante com um show de efeitos visuais de cair o queixo. E é incrível como o filme tem tantas auto-referências da sua cinebiografia que beiram ao explícito que vai de Titanic a uma cena idêntica de Aliens: O Resgate (da posição da câmera, o cenário, e até o cabelo do garoto Spider é idêntico ao da garotinha do filme de 1986). E até Exterminador do Futuro com personagem que morreu e ressuscitou. Enfim, Cameron não saiu da sua bolha.
O seu defeito se encontra no roteiro simples e meloso ao definir os seus protagonistas e antagonistas. Como uma novela, ele sabe separar os opostos - mas pelo menos os personagens não são chatos mas não tem o sabor de novidade. E como agora é uma franquia, o diretor abriu espaço para ampliar o leque de personagens e ações mas que sinceramente se Cameron focasse apenas nos protagonistas e esquecesse o Coronel Miles na narrativa, o filme melhoraria. Outro ponto negativo é a volta do antagonista, pois elimina toda a vulnerabilidade dos personagens - afinal se morreu e ressuscitou, o mesmo pode acontecer com os outros personagens que poderão retornar em outro filme a bel-prazer do diretor - um deus ex machina que me causou incômodo.
Mas não há como negar que o diretor canadense sabe narrar o enredo a ponto de as mais de três horas de duração passarem voando. Ele é um dos poucos que sabe conduzir uma estória sem deixar a peteca cair através de personagens interessantes em um ambiente lindo.

Nenhum comentário: