domingo, fevereiro 05, 2023

Os Fabelmans

(The Fabelmans, EUA, 2022)
Direção: Steven Spielberg
Elenco: Gabriel LaBelle, Michelle Williams, Paul Dano, Seth Rogen.

Nos anos de 1950, o garoto Sam vai ao cinema pela primeira vez - a contragosto - mas que fica estarrecido e fascinado com a cena do choque entre um trem e um veiculo. E assim nasce o fascínio que o jovem tem a sétima arte a ponto de realizar filmes caseiros. Com o passar do tempo o já adolescente Sam só pensa em ser cineasta o que desaprova o pai, um engenheiro de ar complacente. Já a mãe pianista acaba incentivando o seu gosto pela arte. Ao filmar o passeio de férias de sua família, Sam regista uma situação delicada dos seus pais que até então ele não esperava, e este fato se junta com os desafios da adolescência.
Autobiografia do próprio Steven Spielberg, o mestre demonstra uma fase atual incrível ao se lançar em desafios interessantes (ano passado ele fez o seu primeiro musical, West Side Story). Aqui ele demonstra maturidade ao falar de sua relação com o cinema (um início tocante e engraçado) em que ele foca na elaboração nos efeitos visuais como uma brincadeira de criança. E no terreno familiar, aborda a sua relação com os pais tão distintos. Os Fabelmans é um registro sobre relações familiares e o amor pela arte - que é impulsionado pela mãe um tanto excêntrica. Com uma produção caprichada, o ponto alto é o incrível elenco. O destaque fica para a corajosa atuação de Michelle Williams que trabalha no exagero mas que a ótima atriz tem a delicadeza de tornar a personagem mais humana possível. E as participações de Judd Hirsch e David Lynch roubam a cena.
Também achei muito bonita a homenagem que o diretor faz a edição dos filmes; afinal o personagem  principal descobre um segredo familiar através da montagem de suas filmagens. Pena que a trilha sonora tímida e delicada do mestre John Williams é usado de forma exagerada nas cenas; um cacoete que Spielberg ainda não aprendeu a lapidar ao usar o timing no uso da trilha sonora. Fora isso faz um belo filme sobre a arte e o poder do cinema...além de um final arrebatador.

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