sábado, abril 01, 2023

Triângulo da Tristeza

(Triangle of Sadness, Suécia/Inglaterra, 2022)
Direção: Ruben Östlund
Elenco: Harris Dickinson, Charlbi Dean, Dolly de Leon, Woody Harelson.

O casal de modelos Carl e Yaya tentam salvar o relacionamento fútil ao embarcar em um grande iate. Os outros tripulantes desta embarcação são figuras bilionárias da Europa que tentam desfrutar de dias de sossego. A tripulação é completada com os funcionários do iate que tem a obrigação de agradar a elite. O que ninguém esperava é um capitão alcóolatra e um mar revolto neste pacote. E com a natureza agindo, ninguém escapa de sua força.
Logo na introdução, o filme usa a publicidade de empresas de moda para demonstrar um comentário sobre a divisão de classes sociais. E também joga de cara a misoginia e por fim a influência do poder no caráter das pessoas. Resumo da ópera: o novo filme de Ruben Östlund retorna ais tramas de seus filmes anteriores (Square - A Arte da Discórdia e Força Maior) e também ao seu estilo que o consagrou: uma visão impiedosa do ser humano com um humor venenoso. Ganhador da Palma de Ouro em Cannes 2022 (pela segunda vez consecutiva), Östlund carimba o seu nome entre os medalhões do cinema mundial - e também atraiu o desapontamento de muitos críticos e cinéfilos que acham que o seu estilo está dando sinais de esgotamento. Realmente, os seus filmes anteriores são melhores mas pessoalmente gosto muito do seu trabalho e aqui apresenta um humor afiado alinhado a nossa realidade: a discursão entre um estadunidense socialista e um russo capitalista (bipolaridade política); o Carl exigindo igualdade na hora de rachar as contas com a namorada (a polêmica do ator Caio Castro vem à tona o que torna mais divertido para os brasileiros); e claro a já clássica cena do banquete no iate. O elenco está ótimo com destaque para a filipina Dolly de Leon que ganha muita relevância na parte final para concluir com chave de outo. Triângulo da Tristeza é uma sátira mordaz sobre o poder vide em um relacionamento amoroso ou social; e ao mesmo tempo uma gozação sobre uma elite que perdeu a noção da realidade ou humanidade a sua volta.

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