Direção: Ilker Çatak
Elenco: Leonie Benesch, Leo Stettnisch, Michael Klammer, Eva Löbau.
Em uma escola de interior da Alemanha tem a sua rotina alterada em virtude de delitos que acontecem no local. E na busca pela justiça, a professora Carla está empenhada pela verdade. E entre as suas ações ela propositalmente enche a sua carteira de dinheiro e sai da sala dos professores - com a câmara do notebook ligada na sala. Ao retornar a sala, a sua armadilha foi bem sucedida e a suspeita recai em uma funcionária da escola. Só que este ato acaba gerando mais atrito a todos na relação entre a escola, pais e alunos.
Totalmente filmado na escola, o cenário serve como uma metáfora potente do dilema da Europa atual. Cada dia com uma população mais diversa, é evidente os atritos étnicos no velho continente. Não é para menos que no filme de Ilker Çatak o primeiro suspeito seja um aluno de origem do Oriente Médio. Mas quando a suspeita a recaída em uma conterrânea, o filme desenvolve várias camadas que torna tudo imprevisível e tenso. É inevitável não recordar a linguagem do mestre iraniano Asghar Farhadi, e o cineasta Ilker Çatak consegue de forma impecável transmitir toda a angústia da protagonista que a cada passo que dá só gera mais turbulência. E nesse ponto, o filme também expõe o corporativismo em que a Carla é a grande culpada pela situação mas que a escola também tenta proteger.
A Sala dos Professores aborda preconceito, a falta de sensibilidade dos educadores em lidar com questões delicadas, e o pesadelo de uma profissional que tenta melhorar seu ambiente de trabalho e só consegue piorar a situação. Tudo isso de uma forma orgânica em que o drama humano se mistura com a tensão do descontrole da situação. Uma bela surpresa e um justo reconhecimento do Oscar em indicá-lo para a categoria de melhor filme internacional.
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