sexta-feira, abril 25, 2025

Festival de Berlim 2025


 

Nos dias 13 a 23 de fevereiro aconteceu o primeiro grande festival do ano, o Festival de Berlim. Nesta edição o festival foi presidido pelo cineasta estadunidense Todd Haynes que premiou o norueguês Dreams (Sex Love) de Dag Johan Haugerud, um drama em que uma aluna se apaixona pela sua professora de piano. Outros destaques são: o mexicano Dreams de Michel Franco em que um bailarino mexicano foge para os EUA em busca de uma melhor oportunidade na dança; o chinês Living the Land de Huo Meng em que relata as mudanças sociais da China a partir da década de 1990; o francês The Ice Tower de Lucile Hadzihalilovic, uma fantasia sobre os bastidores de uma adaptação cinematográfica de A Rainha da Neve; o alemão What Marielle Knows de Frédéric Hambalek em que uma adolescente tem o poder de ler a mente o que desestabiliza os seus pais; o estadunidense Blue Moon de Richard Linklater que relata os bastidores do clássico da Broadway Oklahoma!; o romeno Kontinental '25 de Radu Jude que aborda o sentimento de culpa de um oficial de justiça após o suicídio de um morador de rua; o estadunidense Mikey 17 de Bong Joon Ho, uma comedia sci-fi em que no futuro um soldado tem consciência que o seu corpo serve como experiências do governo; o alemão Islands de Jan-Ole Gerster que conta a estória de um ex-tenista que vive num resort paradisíaco mas que percebe que se encontra num inferno particular; e o canadense Honey Bunch de Madeleine Sims-Fewer e Dusty Mancinelli, um suspense em que uma esposa retorna de um coma e no tratamento de saúde recorda de traumas do casamento.

Já o cinema brasileiro brilhou como nunca ao exibir 12 filmes. E com essa quantidade o destaque ficou para A Melhor Mãe do Mundo de Anna Muylaert que relata mãe e filhos embarcando em uma jornada para fugir de uma vida de abusos. Mas foi o filme do pernambucano Gabriel Mascaro que conquistou o festival com as melhores criticas desta edição - e conquista o Urso de Prata com a ficção O Último Azul em que no Brasil do futuro, uma idosa se aventura na Amazônia antes de ser locada em uma colônia..


***

A lista dos vencedores do Festival de Berlim 2025:

Urso de Ouro de Melhor Filme: Dreams (Sex Love) (Noruega) de Dag Johan Haugerud

Urso de Prata (Grande Prêmio do Júri): O Último Azul (Brasil) de Gabriel Mascaro

Urso de Prata de Melhor DiretorHuo Meng - Living the Land (China)

Urso de Prata de Melhor Interpretação: Rose Byrne - If I Had Legs I'd Kick You (EUA)

Urso de Prata de Melhor Interpretação Coadjuvante: Andrew Scott - Blue Moon (EUA)

Urso de Prata de Melhor Roteiro: Kontinental '25 (Romênia) de Radu Jude

Urso de Prata - Prêmio do Júri: The Message (Argentina) de Iván Fund

domingo, abril 20, 2025

Destaques nos Cinemas

UM DIA DAQUELES

(One of Them Days, EUA, 2025) de Lawrence Lamont
Comédia. Com medo de serem despejados de sua moradia, duas amigas embarcam em uma grande confusão.

terça-feira, abril 15, 2025

Lançamentos nos Streamings

AINDA ESTOU AQUI
(Brasil, 2024) de Walter Salles
Globoplay
Drama. Na turbulência da ditadura brasileira, esposa cuida da família e busca pistas ao desaparecimento de seu marido.


CHICAGO
(EUA, 2002) de Rob Marshall
Netflix
Musical. Jovem cantora mata o marido e o seu caso se torna uma sensação midiática em Chicago.



OS COLONOS
(Los Colonos, Chile, 2023) de Felipe Gálvez Haberle
Max
Drama. Homens são contratados proteger um imenso território e exterminar os índios originais da região.




CONCLAVE
(Inglaterra/EUA, 2024) de Edward Berger
Amazon Prime
Suspense. Após a morte do papa, um cardeal é convocado para a eleição de um novo papa e testemunha a luta pelo poder no Vaticano.


EU VI O BRILHO DA TV
(I Saw the TV Glow, 2024) de Jane Schoenbrun
Max
Terror. Jovem é seduzido por um misterioso programa de TV lhe causando estranhas sensações.



GRAND TOUR
(Portugal, 2024) de Miguel Gomes
Mubi
Drama. Uma mulher busca o ex-noivo que fugiu para o exótico sudeste asiático do início do século 20.


HAIR

(EUA, 1979) de Milos Forman
Mubi
Musical. Antes de lutar na Guerra do Vietnã, jovem conhece e se encanta por um grupo de hippies.

MANCHESTER À BEIRA-MAR
(Manchester by the Sea, EUA, 2016) de Kenneth Lonergan
Netflix
Drama. Jovem perdido é obrigado a enfrentar o seu doloroso passado ao ser o tutor de seu sobrinho.


AS PATRICINHAS DE BERVELY HILLS
(Clueless, EUA, 1995) de Amy Heckerling
Netflix
Comédia. Adolescente popular gosta de ajudar os colegas mas não hora de se ajudar mete os pés pelas mãos.


UM PEIXE CHAMADO WANDA

(A Fish Called Wanda, Inglaterra/EUA, 1988) de Charles Crichton
Mubi
Comédia. As trapalhadas de 04 pessoas que não apresentam nenhum nexo mas que se juntam para realizar um assalto.



PLATOON

(EUA, 1986) de Oliver Stone
Mubi
Guerra. Jovem inexperiente tem todos os seus sonhos destruídos pela insanidade da Guerra do Vietnã.


ROBO SELVAGEM
(The Wild Robot, EUA, 2024) de Chris Sanders
Amazon Prime
Animação. Robô se encontra em uma ilha habitada por animais e se adapta de forma surpreendente a este nova realidade.


SANEAMENTO BÁSICO - O FILME
(Brasil, 2007) de Jorge Furtado
Netflix
Comédia. A população de uma cidade se une para fazer um filme para denunciar a péssima qualidade do saneamento básico da região.



O SHOW DE TRUMAN
(The Truman Show, EUA, 1998) de Peter Weir
Netflix
Comédia. Jovem vive uma vida perfeita até perceber que vive em um programa de televisão.

quinta-feira, abril 10, 2025

Flow

(Letônia, 2024)
Direção: Gints Zilbalodis

No meio da floresta um gato preto testemunha o planeta sendo inundado com um terrível evento climático. Além do gato outros animais tentam desesperadamente sobreviver (e ausência total de seres humanos). E nesta luta, o gato embarca num barco ao lado de um cachorro, macaco, capivara e uma ave. E esta trupe tenta se entender num mundo que virou de cabeça pra baixo mas sem perder a beleza da natureza selvagem.
Após o fim da sessão de Flow fica um sabor delicioso de nostalgia ao recordar os tempos áureos da Pixar em que a criatividade era mais importante do que as cifras das bilheterias. E é de cair o queixo a competência da produção de custo mínimo - e sem diálogos - que usou tudo ao seu favor para da vida a uma brilhante odisseia de um gato em sobreviver em mundo hostil, caótico. Gravidade de Alfonso Cuarón veio a mente na exibição do filme de Gints Zilbalodis. E de quebra o filme tem uma linda trilha sonora de Rihards Zalupe que ajuda ainda mais na imersão do público a aventura e a luta da sobrevivência do protagonista. Aqui, a mítica bíblica da Arca de Noé encontra norte com o importante debate sobre as mudanças climáticas. E assim, Flow serve tanto como comentário ambiental quanto uma interminável e incrível aventura de um gato e seus amigos na luta pela sobrevivência em um mundo caótico mas que tem as suas belezas também em virtude da força desse comunal da natureza.

sábado, abril 05, 2025

O Brutalista

(The Brutalist, EUA/Inglaterra/Hungria, 2024)
Direção: Brady Corbet
Elenco: Adrien Brody, Guy Pierce, Felicity Jones, Isaach de Bankolé.

László Tóth é um renomado arquiteto judeu húngaro que foge para os Estados Unidos após sobreviver o inferno na Segunda Guerra Mundial. E na busca pela segunda chance, e de sua família, ele encontra no caminho oportunidades e decepções na terra das oportunidades. Sua arte brutalista serve como chamariz para a solução dos problemas mas também uma força de atração para as pessoas exploradoras.
Em seu terceiro filme, o diretor  Brady Corbet cai de cabeça em um grande épico e realiza um monumento visual e técnico com destaque para a linda fotografia de Lol Crawley que explora esplendidamente o belo design de produção afinal protagonista é um arquiteto. A trilha sonora de Daniel Blumberg clama pela grandiloquência mas de uma forma mais contida e não rasgada. No entanto, as quase quatro horas de duração pesa na balança e o filme perde fôlego na metade para o fim o que é uma pena pois a primeira parte é espetacular. Mas mesmo assim O Brutalista chama atenção por ser um bonito exemplo do desencanto do sonho americano. Da queda da imagem de um país aberto ao imigrante; mas que no fundo nunca tolerou o diferente. E a presença de Adrian Brody se torna uma curiosidade já que o seu personagem lembra demais o Wladyslaw Szpilman de O Pianista. Até parece que Corbet realizou uma continuação da obra-prima de Polanski. E Brody realmente entrega mais uma atuação visceral ao dar vida a um homem que sonha com uma nova oportunidade mas os traumas terríveis da guerra se tornam demônios interiores difíceis de exorcizar. E se a introdução é incrível ao expor a Estátua da Liberdade totalmente torta (o que seria um indício da sua difícil estadia), o final vira uma bagunça ao incluiu de forma apressada uma conclusão quase didática sobre a vida e obra de László. Mesmo assim, O Brutalista é uma bonita epopeia de almas torturadas que procuram em vão por uma redenção que é apenas uma mera miragem diante de um mundo duro, e armado de concreto.

terça-feira, abril 01, 2025

Emilia Perez

(França/EUA/México, 2024)
Direção: Jacques Audiard
Elenco: Karla Sofía Gascón, Zoe Saldana, Selena Gomez, Adriana Paz.

A advogada Rita atua em casos polêmicos mas sem levar créditos pelas vitórias (o que não a desagrada pois ela tem vergonha de livrar pessoas corruptas). Com o desânimo profissional, ela recebe uma proposta inusitada: um famoso chefe do tráfico de drogas,  Manitas, lhe faz um acordo para ela organizar algumas ações pois este deseja sair do mundo crime e realizar o sonho de transição de gênero. E com o surgimento de Emília Perez, ambas terão um destino rodeados por sonhos a serem realizados.
Um dos filmes mais aclamados do Festival de Cannes 2024, o musical francês Emília Perez foi para o olimpo da consagração após ganhar dois prêmios significativos na riviera francesa. No entanto, quando entrou no catálogo da Netflix dos Estados Unidos, os problemas da obra de Jacques Audiard iniciaram. Diferente da indústria que abraçou o filme, a popularidade lançou problemáticas que vai desde a falta de representatividade mexicana a exploração do tema da transexualidade. E as declarações desastrosas do diretor e de sua estrela (espanhola) só jogaram mais combustível no incêndio. O que é lamentável pois o filme parece ter sido esquecido. Deixado de lado. E confesso que gostei muito do filme - e compreendo o barulho por parte de nomes fortes do cinema, de James Cameron a Guillermo del Toro. Fugindo da dura realidade mexicana, em particular a violência da América Latina, o diretor foi feliz ao inserir o escapismo dos musicais justamente por não ser um mexicano (ou latino). O diretor lança um olhar curioso sobre a busca da redenção e a criação de mitos de uma forma singular. Me fez recordar de Glauber Rocha ao texto de Dias Gomes do clássico da telenovela brasileira Roque Santeiro.
Mas o filme apresenta problemas como roteiro que apresenta alguns diálogos toscos como na cena em que Selena Gomez demonstra excitação sexual. E por falar dela, sua personagem se torna mais uma distração do que um elemento forte na narrativa. Em compensação chama atenção o ótimo trabalho técnico como a colorida fotografia de Paul Guilhalme (o que se espera de um musical); as canções são boas; e a direção criativa de Jacques Audiard que usa e abusa de ótimos movimentos de câmara, e na mistura de diálogo e música. E a cereja do bolo fica no ótimo duelo entre Zoe Saldana e Karla Sofia Gascón. Aqui elas dão vida a personagens que lutam constantemente e apresentam coragem na busca por uma segunda chance na vida. Enquanto Zoe Saldana surpreende ao dar um peso dramático e canta muito bem, Gascón demonstra uma segurança magistral as mudanças da protagonista. Mesmo com todas as suas qualidades, Emília Perez de musical diferente se se tornou com curioso caso de um filme que alimentou uma rejeição tremenda pela América Latina (que tem a sua razão de existir), somado a uma campanha de divulgação das mais incompetentes nos últimos anos.

terça-feira, março 25, 2025

Oscar 2025

 


O Oscar 2025 reflete um momento fraco do cinema estadunidense. Após uma boa safra em 2023, Hollywood se entregou ao cinema independente representado por Anora e O Brutalista. Conclave é uma delícia de thriller britânico. No entanto nesta edição foi marcada pela polêmica obra francesa Emilia Perez que foi do paraíso com as exageradas 13 indicações (mostrando o poder da Netflix), e o purgatório com as acusações (com provas reais) de xenofobia e transfobia. Assim, refletiu numa temporada totalmente imprevisível em que o vencedor de Cannes 2024 saiu laureado na noite do Oscar com 05 prêmios. Mas sem sombra de dúvida, a noite da premiação foi especial para dois filmes tão distintos. A animação da Letônia Flow chamou a atenção e conquistou duas inéditas indicações e ganhou a categoria de animação derrotando a indústria Dreamworks e Pixar. E o cinema brasileiro fez história com as 3 indicações de Ainda Estou Aqui - incluindo a histórica indicação de melhor filme principal - a principal surpresa dos indicados. E com essa força, o filme chamou muita atenção em Hollywood, e conseguiu o primeiro Oscar para o Brasil. A festa seria melhor ainda se a Fernanda Torres levasse a de melhor atriz, mas o prêmio do Walter Salles simbolizará o empurrão necessário para produções brasileiras cresceram no mercado internacional. E que o Oscar de Ainda Estou Aqui seja o primeiro de muitos que virão.


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A lista dos vencedores do Oscar 2025:


MELHOR FILME: Anora
MELHOR FILME INTERNACIONAL: Ainda Estou Aqui (Brasil)
MELHOR FILME EM ANIMAÇÃO: Flow
MELHOR DOCUMENTÁRIO: Sem Chão
MELHOR CURTA-METRAGEM: Eu Não Sou um Robô
MELHOR DIREÇÃO: Sean Baker (Anora)
MELHOR ATOR: Adrien Brody (O Brutalista)
MELHOR ATRIZ: Mikey Madison (Anora)
MELHOR ATOR COADJUVANTE: Kieran Culkin. (A Verdadeira Dor)
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE:  Zoe Saldana (Emilia Perez)
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO: Conclave
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL: Anora
MELHOR FOTOGRAFIA: O Brutalista
MELHOR MONTAGEM: Anora
MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO: Wicked - Parte 1
MELHOR FIGURINO: Wicked - Parte 1
MELHOR TRILHA SONORA: O Brutalista
MELHOR CANÇÃO: Emilia Perez
MELHOR SOM: Duna - Parte 2
MELHOR EFEITOS VISUAIS: Duna - Parte 2
MELHOR MAQUIAGEM: A Substância
MELHOR CURTA-METRAGEM EM DOCUMENTÁRIO: A Única Mulher da Orquestra
MELHOR CURTA-METRAGEM EM ANIMAÇÃO: In the Shadow of the Cypress

quinta-feira, março 20, 2025

Destaques nos Cinemas

MICKEY 17
(EUA/Coréia do Sul, 2025) de Joon-ho Bong
Ficção cientifica. No futuro, jovem aceita - e depois se arrepende - de participar de uma absurda experiência cientifica.


VITÓRIA
(Brasil, 2025) de Andrucha Waddignton
Drama. Idosa solitária arrisca a vida filmando a violência da sua área para denunciar a polícia.



BETTER MAN - A HISTÓRIA DE ROBIE WILLIAMS

(Inglaterra/EUA, 2024) de Michael Gracey
Musical. Uma excêntrica biografia do irreverente cantor pop britânico que aqui é retratado como macaco.







OESTE OUTRA VEZ
(Brasil, 2024) de Erico Rassi
Drama. No interior do Brasil, homens entram em conflito mortal ao se envolver com a mesma mulher.

sábado, março 15, 2025

Lançamentos nos Streamings

O APRENDIZ
(The Apprentice, EUA/Dinamarca) de Ali Abbase
Amazon Prime
Comédia. Na década  de 1970, uma improvável amizade entre um inexperiente yuppie e um maléfico lobista selaria o futuro dos EUA.


BARBIE
(EUA, 2023) de Greta Gerwig
Amazon Prime
Comédia. Ao sentir diferentes sensações, a famosa boneca sai de seu mundo em busca de respostas.






INSÔNIA

(Insomnia, EUA, 2002) de Christopher Nolan
Mubi
Suspense. Detetive é enviado ao Alasca para investigar um crime mas uma série de atos torna o seu trabalho exaustivo.





JURASSIC PARK
(EUA, 1993) de Steven Spielberg
Max
Aventura. Casal de arqueólogos são convidados a conhecer um parque de dinossauros vivos.






UM LUGAR SILENCIOSO - PARTE 2
(A Quiet Place - Part 2, EUA, 2021) de Johm Krasinski
Netflix
Suspense. Nesta continuação, conhecemos o início do enredo que deu origem ao primeiro filme.

LA CHIMERA

(Itália, 2023) de Alice Rohrwacher
Mubi
Comédia. Um grupo de ladrões vendem objetos arqueológicos no interior da Itália.



RETRATO DE UMA JOVEM EM CHAMAS
(Portrait de la Jeune Fille en Feu, França, 2019) de Celine Sciamma
Mubi
Drama. No século 18, uma pintora é contratada para pintar uma jovem sem esta saber.



TROPA DE ELITE
(Brasil, 2007) de José Padilha
Max
Policial. Capitão da polícia é encarregado da segurança do Papa no Rio de Janeiro, ao mesmo tempo busca candidatos para a sua substituição no órgão.

segunda-feira, março 10, 2025

Conclave

(EUA/Inglaterra, 2024)
Direção: Edward Berger
Elenco: Ralph Fiennes, Stanley Tucci, John Lithgow, Isabella Rossellini.

Com a morte do Papa, surge de imediato o conclave para eleição do novo chefe da Igreja Católica. Um dos cardeais cotados ao cargo é Lawrence. Mas este parece mais interessado em administrar o ritual. E neste processo depara com lutas de poder que revelam as verdadeiras máscaras por trás dos potenciais candidatos.
Após o sucesso do drama de guerra Nada de Novo no Front (2022), o cineasta alemão Edward Berger aposta numa produção caprichada na adaptação do best-seller de Robert Harris. E em Conclave, Berger não brincou em serviço e faz um show de imagens e câmeras com intuito de revelar toda a ritualística da votação de um papa, e também as tramoias por trás do evento. Assim, a tensa trilha sonora de Volker Bertelmann encaixa com a linda fotografia de Stephani Fontaine que registra - com cores fortes - os cenários e vestimentas dos cardeais. Nada escapa na lente do diretor associado ao roteiro afiado de Peter Straughan que injeta bipolaridade política atual no centro de uma disputa de poder. E outra decisão acertada da produção é o seu elenco. Enquanto Ralph Fiennes é o olhar do público que vai revelando as angústias e o peso de carregar um fado tão grande como a Igreja católica, grandes atores injetam ar de conspiração shakesperiana com louvor - em particular a revelação Carlos Diehz, ator mexicano debutando no cinema com um personagem surpreendente. Conclave é uma delícia de trailer de suspense em que os desdobramentos ocorrem de forma fluida como uma metáfora dos dias atuais em que a luta do poder (e os ideais políticos) é mais importante que o coletivo.

quarta-feira, março 05, 2025

Anora

(EUA, 2024)
Direção: Sean Baker
Elenco: Mikey Madson, Mark Eydelshteyn, Yura Borisov, Karren Karagulian.

Ani ou melhor Anora, é uma garota de programa de uma inferninho de Nova York. E em um dia convencional de trabalho ela conhece Ivan, um jovem que gostou do seu serviço. A conexão dos dois é forte a ponto de ele se tornar um freguês exclusivo. E o fato de ele ser rico é só um plus que atrai Anora. No entanto, a relação comercial vai aumentando a ponto de virar afetivo, e Ivan faz um pedido de casamento a Anora que fica vislumbrada, e finalmente vê a sorte e oportunidade de sair da prostituição. Mas os pais de Ivan vão fazer de tudo para anular o casamento para desespero da protagonista. 
Vencedor da Palma de Ouro de Cannes 2024, Anora é uma surpresa mesmo que seja a personificação máxima do estilo de um dos mais criativos cineastas do cinema independente estadunidense atual: Sean Baker. O seu olhar agridoce continua sobre as minorias e sua rotina ordinária de obstáculos. Mas aqui o diretor vai além ao injetar um senso de humor atípico (chapliniano) que deixa tudo refrescante. E como uma peça dividida em duas partes, Baker injeta um ritmo alucinante tanto ao sonho de Anora em ter uma vida melhor na primeira parte como a dura realidade de ver a sua ilusão virar pó gradativamente. E se muitos comparam o filme com Uma Linda Mulher, eu vejo mais traços de Anora na personagem clássica Cabíria. Tanto a figura de Fellini quanto a de Baker personifica uma mulher que se deixou permitir em ter uma vida ideal mas que a realidade e a diferença social dificulta o desejo de ter uma vida melhor. E ainda de plus o filme que tem uma atuação antológica de uma novata Mikey Madison que está está um assombro no filme em que demonstra com garra uma mulher que sabe ser amorosa e forte, e se defender quando a situação não está a seu favor. E ela faz isso com propriedade sempre oscilando entre drama e humor. Um verdadeiro achado e que torna Anora tão singular no cinema estadunidense atual.

sábado, março 01, 2025

O Beijo no Asfalto

(Brasil, 1981)
Direção: Bruno Barreto
Elenco: Ney Latorraca, Christiane Torloni, Tarcisio Meira, Lídia Brondi.

A rotina de uma família sofre imensa abalo quando um jornalista sensacionalista e um delegado inescrupuloso exploram ao máximo um fato inusitado: Arandir beija na boca um homem que não sobreviveu a um acidente de trânsito. Esse fato aflora sentimentos e segredos da família de Aprígio, sogro de Arandir.
Ao rever O Beijo no Asfalto após tantos anos e fiquei surpreso ao ver um teor altamente kafkaniano. E hoje o texto ganha mais relevância com as fakes news. Imprensa predatória e um estado ávido por um bode expiatório é o combustível para aniquilar qualquer pessoa, e o competente Bruno Barreto surpreende ao explorar a tensão e o drama - mais sem esquecer a natureza cafajeste do grande autor da hipocrisia carioca. Mas aqui a sacanagem e a depravação moral e humana rola solta em setores públicos e privados como a imprensa e a polícia. Setores que deveriam proteger cidadãos mas que aqui ganha uma força fascista de destruir vidas. Destaque a ótima trilha sonora de Guto Graça Mello recorda demais a colaboração entre Alberto Iglesias e Pedro Almodóvar, e sai do padrão musical daquela época que é tão característico do nosso cinema. E o elenco arrasa em especial a um frio Tarcísio Meira que mesmo teatral tem uma presença magnética como o dúbio Aprígio. O Beijo no Asfalto consegue o primor de unir o melodrama rasgado de Nelson Rodrigues (e o seu teor polêmico) ao mundo perverso do controle do estado na vida do cidadão.

terça-feira, fevereiro 25, 2025

Festival de Sundance 2025



Nos dias 23 de janeiro a 02 de fevereiro de 2025 iniciou o Festival de Sundance 2025. E o grande vencedor desta edição foi Atropia de Harley Gates que conta de uma atriz que atua em uma cidade cenográfica para jogos de guerra. Outros destaques do festival foram: If I Had Leg´s I´d Kick You de Mary Bronstein em que uma psicóloga vive um dia de cão; Rebuilding de Max Walker-Silberman mostra que depois de perder a casa em incêndio, cowboy tenta uma volta por cima ao viver em uma comunidade; O Beijo da Mulher-Aranha de Bill Condon é a adaptação cinematográfica da Broadway do clássico de Hector Babenco; Ricky de Rashad Frett que aborda um jovem que tenta se reconectar com a sociedade após anos na prisão; Train Dreamns de Clint Bentley conta a estória de um homem que trabalha em ferrovias como uma maneira de se distanciar de todos; Twinless de James Sweeney expõe uma estranha e intensa relação de dois jovens após se conhecerem em um grupo de apoio; The Things You Kill de Alireza Khamati expõe um professor turco que trabalha nos EUA mas que retoma a terra natal após a morte da mãe; Sorry, Baby de Eva Victor conta a estória de um professor universitário tenta se recuperar de um trauma sexual.


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A lista dos vencedores do Festival de Sundance 2025:

FILME AMERICANO:
Grande Prêmio do Júri: Atropia de Harley Gates
Prêmio de Diretor: Rashad Frett - Ricky
Prêmio de Roteirista Waldo Salt: Eva Victor - Sorry, Baby
Prêmio Especial do Júri para Visão Artística: Dylan O´Brien de Twinless
Prêmio Especial do Júri para Elenco: Plainclothes de Carmen Emmi

FILME ESTRANGEIRO:
Grande Prêmio do Júri: Cactus Pears (Índia) de Sabar Bonda 
Prêmio Especial do Júri: Chloé Robichaud e Catherine Léger - Two Women (Canadá)
Prêmio Especial do Júri do Cinema Mundial por Visão Criativa: DJ Ahmet (Macedônia) de Georgi M. Unkovski

quinta-feira, fevereiro 20, 2025

Destaques nos Cinemas

EMILIA PÉREZ
(França/México/EUA, 2024) de Jacques Audiard
Musical. Advogada decepcionada ganha uma missão inusitada: ajudar na mudança de gênero de um temível traficante.




O BRUTALISTA

(The Brutalist, EUA/Inglaterra/Hungria, 2024) de Brady Corbert
Drama. Após o trauma da Segunda Guerra Mundial, arquiteto húngaro e sua esposa buscam uma vida nova nos Estados Unidos.


UM COMPLETO DESCONHECIDO
(A Complete Unknown, EUA, 2024) de James Mangold
Drama. Na nova Iorque de 1965 a chegada de um desconhecido chamado Bob Dylan  abala o cenário musical.

sábado, fevereiro 15, 2025

Lançamentos nos Streamings

CARVÃO
(Brasil, 2022) de Carolina Markowicz
Mubi
Drama. Uma família que vive no interior tem a sua rotina quebrada com a chegada de um estranho.






CECIL BEM DEMENTE

(Cecil B. DeMented, EUA, 2000) de John Waters
Mubi
Comédia. Um cineasta maluco e sua equipe sequestram uma estrela de cinema para que esta atue em seu novo filme.


1917
(Inglaterra, 2019) de Sam Mendes
Globoplay
Guerra. Jovem aceita uma missão arriscada no auge da Primeira Guerra Mundial para salvar a vida de seu irmão.






TRIÂNGULO DA TRISTEZA
(Triangle of Sadness, Suécia/EUA/Inglaterra) de Ruben Ostlund
Max
Drama. Casal de modelos aceitam embarcar num cruzeiro de bilionários - e coisas estranham acontecem.


TUDO EM TODO LUGAR AO MESMO TEMPO
(Everything Everywhere All at Once, EUA, 2022) de Dan Kwan e Daniel Scheinert
Max
Drama. Uma imigrante chinesa dona de uma lavanderia ganha uma bizarra missão para salvar o mundo e sua família.


VINGANÇA
(Revenge, França, 2017) de Coralie Fargeat
Mubi
Suspense. O que seria uma viagem com o namorado vira um jogo de vida e morte para uma jovem garota.

segunda-feira, fevereiro 10, 2025

Baby

(Brasil, 2024)
Direção: Marcelo Caetano
Elenco: João Pedro Mariano, Ricardo Teodoro, Ana Flávia Cavalcante, Bruna Linzmeyer.

Wellington acaba de sair da prisão e descobre que os pais sumiram no mapa em virtude da não aceitação do pai em relação a homossexualidade do filho. E nas ruas perigosas e efervescentes de São Paulo, Wellington sente uma atração por Ronaldo, um maduro garoto de programa. Ronaldo vê em Wellignton alguém além de uma relação amorosa; um colega de trabalho no ramo de sexo denominado Baby.
É inegável não recordar do maravilhoso Madame Sata ao assistir a Baby. E triste reconhecer que fatos em tempos distintos se equivalem quando o assunto é exclusão social e a marginalização. Mas aqui o diretor Marcelo Caetano (Corpo Elétrico) acerta ao imprimir um ritmo cativante na saga de Wellington, uma personalidade ainda imatura mais que tem uma força e uma vontade de dar a volta por cima. E a entrada de Ronaldo representa um contexto familiar que tanto o protagonista procura. Mas esta é uma relação testada pelas escolhas nem sempre certas dos dois. E o diretor mostra toda a energia da Paulicéia Desvairada através da ótima trilha sonora de Cae Rolfsen e Bruno Prado. E a dupla de atores (João Pedro Mariano e Ricardo Teodoro) mostra uma tremenda química. Enfim, Baby é mais uma mostra de um cinema que tem sensibilidade ao da vida, sonho e pesadelo aos excluídos de uma sociedade longe, muito longe do justo e ideal.

quarta-feira, fevereiro 05, 2025

Babygirl

(EUA/Holanda, 2024)
Direção: Halina Rejin
Elenco: Nicole Kidman, Harris Dickinson, Antonio Banderas, Esther McGregor.

Vivendo um casamento meramente feliz, e ainda por cima CEO de uma grande companhia, Romy é um exemplo de uma mulher que conquistou tudo na vida. Mas as pendências pessoais afloram quando entra em cena um estagiário extremamente singular, Samuel. A relação profissional dos dois pula para uma relação amorosa nada convencional em que as fantasias eróticas de Romy são realizadas, mas que coloca suas conquistas em risco.
Particularmente, Babygirl prometeu tudo mas não cumpriu muita coisa. Ao insinuar 50 Tons de Cinza a lá Adrian Lyne, a diretora Halina Rejin (Morte, Morte, Morte) se perdeu no meio do caminho ao inserir um drama moral bobo na metade para um fim. Se no início a obra apresentava um ótimo humor ao brincar com os estereótipos - e sem temer o cancelamento - Babygirl se torna um drama tolo que convence pelo ótimo trio de atores (Kidman, Bandeiras e Dickinson). Outro ponto positivo é a ótima e criativa trilha sonora de Cristobal Tapia de Veer que expõe todo o conflito interno da protagonista. E o olhar feminino da diretora parece mais temer o julgamento do público a sua protagonista em um melodrama desnecessário. O filme ganha pontos quando a narrativa compara a protagonista com um animal de estimação ao abordar as taras e fantasias sexuais. Mas o jogo de poder se resvala numa crise de consciência que torna Romy desinteressante. Definitivamente, Rejin não tem a mão pesada de Michael Haneke que apresentou uma proposta semelhante com o ótimo A Professora de Piano. Assim, o filme de original e provocante, se torna convencional e quadrado. Uma grande oportunidade de expor uma mulher provando os seus fetiches sem culpa e sem remorso, e no fim vira uma grande figura feminina de poder diminuída por um sentimento de inferioridade em nome de uma sociedade castradora que reluta em dominar seus impulsos.

sábado, fevereiro 01, 2025

Jurado N⁰ 2

(Juror # 2, EUA, 2024)
Direção: Clint Eastwood
Elenco: Nicholas Hoult, Toni Collette, Chris Messina, J. K. Simmons.

Justin é um jovem casado e perto de ser pai que é convocado a ser jurado de um julgamento de um crime meramente passional. Tudo parece crer que os jurados darão um veredito rápido e fácil de mais um caso de feminicídio. Mais Justin recorda de um momento do seu passado e ver ligação com crime. Ele suspeita que matou a vítima e sente o dilema de fazer justiça ou de se proteger. 
Considerado o último filme do mestre Clint Eastwood, Jurado N⁰ 2 é um excelente exemplar do cinema de julgamento. E é inevitável não lembrar de outro clássico recente do subgênero, o francês Anatomia de uma Queda. Mas se o filme francês foca no julgamento moral de sua personagem principal; a obra estadunidense mira na crise de consciência. Aqui, Eastwood brinda com uma narrativa simples, e também com a certeza evidente. A dubiedade vem da insensibilidade de uma sociedade que não se importa com a justiça. Diferente da complexidade do filme de Justine Triet que sempre deixa uma interrogação no ar. Por isso que Jurado N⁰ 2 recorda o clássico 12 Homens e Uma Sentença. E ainda sim subverte o filme de Sidney Lumet em sua visão pessimista, enquanto o filme de 1957 apresenta um olhar mais afetuoso. Uma bela surpresa de um cineasta em seus mais de 90 anos de idade, e que nos brinda com uma crítica desconcertante da sociedade atual.

sábado, janeiro 25, 2025

Globo de Ouro 2025

 


No primeiro fim de semana de 2025 iniciou o pontapé das premiações televisionadas da temporada que é o Globo de Ouro. E nesta edição, muitas surpresas aconteceram até pela mudança do perfil dos votantes com um aumento expressivo de profissionais de fora dos EUA. Dessa forma, o francês Emilia Perez conquistou quatro prêmios das dez categorias indicadas - incluindo a de melhor filme estrangeiro derrotando o brasileiro Ainda Estou Aqui. E falando do filme do Walter Salles, o grande momento da premiação foi a vitória histórica de Fernanda Torres como melhor atriz drama gerando o impulso necessário para a indicação ao Oscar. Outra vitória muito comemorada foi a de Demi Moore em melhor atriz comédia/musical reforçando a ótima campanha de A Substância. Outras surpresas da premiação: o desenho da Letônia, Flow, desbanca o favorito Robô Selvagem em melhor animação, e o ótimo Rivais ganha em trilha sonora. E a briga na categoria drama deu força ao O Brutalista ao conquistar três importantes incluindo a categoria de melhor filme, mas Conclave foi bem ao ganhar em roteiro. Já o franco favorito da noite, Anora, foi surpreendentemente esnobado. Mas mesmo assim é um filme para abrir o olho nas premiações seguintes.



***


A lista dos vencedores do Globo de Ouro 2025:


Melhor Filme - Drama: O Brutalista

Melhor Filme - Comédia: Emilia Perez

Melhor Filme Estrangeiro: Emilia Perez (França)

Melhor Longa em Animação: Flow

Maior Realização Cinematográfica e em Bilheteria: Wicked

Melhor Direção: Brady Corbet (O Brutalista)

Melhor Ator - Drama: Adrien Brody (O Brutalista)

Melhor Ator - Comédia: Sebastian Stan (Um Homem Diferente)

Melhor Atriz - Drama: Fernanda Torres (Ainda Estou Aqui)

Melhor Atriz - Comédia: Demi Moore (A Substância)

Melhor Ator Coadjuvante: Kieran Culkin (Uma Verdadeira Dor)

Melhor Atriz Coadjuvante: Zoe Saldana (Emilia Perez)

Melhor Roteiro: Conclave

Melhor Trilha Sonora: Rivais

Melhor Canção: Emilia Perez

segunda-feira, janeiro 20, 2025

Destaques nos Cinemas

NOSFERATU

(EUA/República Tcheca, 2024) de Robert Eggers
Terror. Na Alemanha do século 19, um casal tem o destino testado com a presença perturbadora do Conde Orlock.




BABYGIRL

(EUA/Holanda, 2024) de Halina Reijn
Drama. Com uma vida aparentemente feliz, uma realizada dona de casa e CEO de uma grande empresa arrisca tudo por um caso com um estagiário.



BABY

(Brasil, 2024) de Sean Baker
Drama. Após sair da prisão, e ser excluído de sua família, jovem perambula por uma São Paulo marginal e se envolve com um garoto de programa.



A SEMENTE DO FRUTO SAGRADO

(Dane-ye Anjir-e Ma´abed, Alemanha/França, 2024) de Mohammad Rasoulof
Drama. Após o sumiço de sua arma, juiz suspeita de sua esposa e filhas o que gera um ambiente perturbador em sua família.



CONCLAVE

(EUA/Inglaterra) de Edward Berger
Suspense. Após a morte do papa, cardeais do Vaticano se reúnem para definir o novo chefe da Igreja Católica.



ANORA
(EUA, 2024) de Sean Baker
Comédia. Garota de programa se envolve em confusão após casar com um inconsequente filho de uma poderosa família russa.



FLOW

(Letônia, 2024) de Gints Zilbalodis
Animação. O mundo passa por uma grande enchente e um gato sobrevive ao embarcar em um barco repleto de animais.



A VERDADEIRA DOR

(A Real Pain, EUA, 2024) de Jesse Eisenberg
Drama. Dois primos decidem conhecer a origem de sua família judaica na Polônia.


SETEMBRO 5
(EUA, 2024) de Tim Fehlbaum 
Drama. Canal de esportes fazem a cobertura das olimpíadas de Munique e são surpreendidos com o sequestro de atletas de Israel.