Direção: Woody Allen
Elenco: Lou de Laâge, Melvin Poupad, Valérie Lemecier, Niels Schneider.
Fanny e Jean formam um casal ideal: belos, ricos e convive harmoniosamente na elite parisiense. No entanto, a paz dos pombinhos é rompida com a chegada do colega de escola de Fanny, Alain. Este declara uma paixão platônica a moça e é correspondido. Porém, Jean demonstra uma faceta sombria ao desconfiar da infidelidade da esposa.
Com exílio na Europa, o mestre Woody Allen tenta impor sua assinatura em outros lugares. E aqui o diretor retorna Paris após a cidade de luz ter sido o cenário do seu último grande filme, Meia Noite em Paris (2011). Falado em francês, Golpe de Sorte em Paris apresenta as típicas obsessões de Allen: relações amorosas passionais, dilemas da burguesia... e crimes. No entanto, a mão do mestre demonstra falhas em uma obra que é mais protocolar que empolgante. O humor e a acidez das relações continua mas com personagens poucos marcantes. Mas o filme apresenta o selo de qualidade do diretor. A começar com uma bela fotografia do mestre Vittorio Storaro que registra uma Paris de cartão postal; e a marca registrada do diretor nas trilha sonora recheada de jazz que é um puro de leite. No entanto, o roteiro pouco inspirado soa como uma novela da Globo. Inicia com uma crônica de Manoel Carlos e termina no folhetim à lá Gilberto Braga. Mesmo com esse percalço é um tremendo prazer ver - provavelmente - um dos últimos filmes do monstro sagrado do cinema estadunidense que tenta sobreviver ao cancelamento
