

“O mundo é selvagem por dentro e tão estranho por fora.” Esta frase dita por Lula resume bem o espírito do filme mais anárquico de David Lynch; um love story cheio de perversão e de um humor negríssimo. Inspirado no clássico O Mágico de Oz, mas sem o cachorrinho Totó como o diretor definiu, Coração Selvagem exibe todas as taras de Lynch: o cowboy misterioso; o visual retrô; o palco em que apresenta figuras esquisitas; a montagem intricada; o ótimo uso da sonoplastia; e a bela trilha sonora de Angelo Badalamenti que mistura heavy metal, big bands e Elvis Presley (afinal, Sailor é fã do rei do rock).
Com diálogos superficiais (que lembram os grandes melodramas dos anos 50), Coração Selvagem ficou datado por não chocar tanto como aconteceu no seu lançamento. Mas o filme tem o seu charme graças a química engraçada entre Nicolas Cage e Laura Dern. Mas quem rouba a cena é Diane Ladd que está incrível e kitsch como a vulgar e psicótica Marietta.
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