O filme “Terra Estrangeira” conta a estória de Paco, um jovem que desiste da universidade para tentar a carreira de ator. Por conta disso, ele esconde esse fato de sua mãe, uma costureira que poupa os seus lucros sonhando em conhecer a cidade de sua origem: San Sebastian, Espanha. Mas com o surgimento do Plano Collor, e consequentemente do confisco da poupança, deixa a costureira atônica a ponto de sofrer uma parada cardíaca ao qual não sobrevive. Sozinho e perdido, Paco se sai mal em um teste para uma peça, mas encontra um homem que lhe faz uma estranha proposta: levar um violino para Lisboa, Portugal. A entrega será compensada em uma grande quantidade de dinheiro no qual ele poderá realizar o sonho de sua mãe. E na mesma Lisboa, outro drama se instala. A brasileira Alex, tenta uma vida melhor em Portugal junto com o companheiro Miguel, mas os seus sonhos vão se esfarelando pela vida difícil num país estranho. Ao mesmo tempo, a sua relação com Miguel leva um golpe em conta do vício dele em heroína, e no seu envolvimento em contrabando.
“Quando se está perdido, você é um estrangeiro de si mesmo”. Essa frase resume bem o bonito trabalho da dupla Daniela Thomas e Walter Salles, que mostra a decepção de muitos jovens brasileiros em relação ao Brasil após a volta da democracia, optando por uma vida melhor no exterior, o que nem sempre é correspondido.
Com uma linda fotografia expressionista que exibe um mundo que não faz mais sentido, peca somente pela estranha trilha sonora que às vezes soa inconveniente; como também a trama paralela que envolve o contrabando. Com atuações corretas de Fernanda Torres e Fernando Alves Pinto, Terra Estrangeira mostra umas das características de Walter Salles: personagens perdidos que procuram novas rotas em busca de um sentido para a vida. Um road movie de sentimentos confusos.
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