quarta-feira, outubro 07, 2009

Valente


O filme "Valente" conta a estória da radialista Erica Bain que vive um momento feliz em conta da proximidade do seu casamento com o médico David Kirmani. Caminhando no Central Park, o casal discute os preparativos do grande dia até que são abordados por um grupo de marginais que os espanca violentamente. Semanas depois, Erica acorda num hospital e descobre que David não sobreviveu ao ataque. Atordoada, Erica volta a rotina, mas ela percebe que não é a mesma. Se antes era uma pessoa livre e feliz, ela se tornara insegura e rancorosa a ponto de andar armada. E durante as compras numa quitanda, ela mata um homem em legítima defesa. Assustada e excitada pela experiência, Erica começa a "caçar" marginais, ao mesmo tempo, desenvolve uma amizade com o policial Mercer, um homem amargurado que investiga os crimes cometidos por Erica.




Intrigante trabalho do cineasta irlandês Neil Jordan que faz um interessante estudo sobre a linha tênue no qual uma pessoa se encontra entre a civilidade e a barbárie. Na época do seu lançamento, Valente foi comparado ao filme Desejo de Matar (1974) no qual Charles Bronson faz justiça com as próprias mãos numa Nova York mergulhada na violência e caos. Mas como a cidade não está mais tão violenta assim, a obra de Jordan lembra a peça do chileno Ariel Dorfman, A Morte e a Donzela, em que disseca os traumas da personagem principal, no qual os seus atos são justificados para dar um basta a dor, a solidão pessoal. A diferença é a consciência que Erica tem sobre os seus atos, na qual no decorrer da trama ela tenta entender esse comportamento agressivo. Mesmo que não esteja entre os melhores obras do diretor, Valente é um filme que merece ser visto.

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