sábado, abril 10, 2010

Guerra ao Terror

No Iraque pós-Saddam Hussein, atentados terroristas se tornaram fato comum. Diante desse cenário, o especialista em desativar bombas, o sargento Matt Thompson tem uma rotina estressante e altamente mortal. Mas durante o serviço, uma bomba é ativada por acidente ocasionando na morte de Thompson. Para substituí-lo, o sargento William James entra em cena. Mesmo que seja um especialista super qualificado, o seu comportamento imprevisível deixa todos apreensivos gerando tensão o tempo todo.

A guerra vicia. Com um argumento forte, Guerra ao Terror surpreende ao abordar um homem que vê o melhor, o pior, e até mesmo sentido quando pisa em terreno hostil. É na adrenalina, no extremo que ele se sente bem, útil. Em conta dessa situação, a diretora Kathryn Bigelow foi feliz ao filmar com a câmera na mão, deixando tudo mais tenso, nervoso. E essa sensação se amplia pela boa fotografia, que explora cores ensolaradas mas de uma maneira escura, enfatizando o estado lamentável onde se encontra o Iraque. A montagem é eficiente e ajuda a elevar a tensão, como a ótima abertura que impressiona pelas imagens que captam de maneira realista os segundos depois de uma explosão. Mas o grande destaque vai para o ótimo uso do som e a bela atuação de Jeremy Renner como o temperamental e imprevisível sargento William James. De forma contida, Renner mostra um homem que vive uma guerra externa e interna, em que a simples possibilidade de serenidade lhe causa certo incômodo, mal-estar. É no caos que ele vê ordem, sentido.
Guerra ao Terror é considerado uma obra a exaltação ao militarismo americano, um argumento que faz certo sentido, mas o filme vai além ao narrar a vida de um homem solitário, dono de suas próprias regras mas de uma conduta que o deixa impossibilitado de viver uma vida comum. Mesmo que ele veja atrocidades diariamente, é melhor que fazer compras no supermercado. A tensão, o risco, a adrenalina realmente vicia.

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