terça-feira, maio 04, 2010

Ilha do Medo


Ilha Shutter, 1954. O policial Teddy Daniels e o seu novo parceiro Chuck Aule são chamados para investigar o desaparecimento de uma paciente em um hospital psiquiátrico que trata pessoas que cometeram crimes em conta de distúrbios mentais. Instalado no hospital, Teddy e Chuck verificam o local, a cela da paciente desaparecida e acabam achando um bilhete sem sentido. Ao interrogar os funcionários do hospital, eles descobrem falhas na segurança, mas nada que chamasse a atenção. Porém, ao abordar os pacientes, Teddy pergunta sobre o paradeiro de Laeddis, uma pessoa que teve uma participação no seu misterioso e trágico passado.


Parece que o mestre Scorsece seguiu os passos de Tarantino em Ilha do Medo, no qual coloca em jogo todos os seus conhecimentos cinematográficos. Se o filme não é uma expressão de amor ao cinema (como Kill Bill e Bastardos Inglórios), mas faz uma bela homenagem ao cinema dos anos 50 representado por Hitchcock, film noir e os melodramas de Douglas Sirk. Alias, a abertura fantástica é Hitchcock puro, além da excelente trilha sonora de John Cage que remete Psicose, Um Corpo Que Cai, Tubarão. A montagem é precisa, que conta a estória com parcimônia, aumentando o suspense. Da mesma maneira, o filme apresenta um cuidadoso trabalho de design de produção como o figurino (a enigmática gravata de Teddy), a direção de arte exibe cores frias e escuras e a linda forografia de Robert Richardson que explora com precisão ambientes externos como tempestade, neve, um lago ensolarado quanto os internos como salas frias, corredores escuros, todo esse universo acaba ampliando a confusão em torno de Teddy, uma ótima interpretação de Leonardo DiCaprio, a frente de um ótimo elenco. Com um final de cortar o coração, Ilha do Medo é um resumo de uma geração que viveu com a guerra fria, conspiração, caça as bruxas e do significado do american way of life.

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