quinta-feira, julho 08, 2010

Alice No País das Maravilhas

Sempre pensei que a estória de Alice No País das Maravilhas remetesse ao mágico, a fuga de uma realidade sufocante através de um mundo doido. Mas a adaptação de Tim Burton colocou ingredientes novos no conto de Lewis Carroll. Já adulta, Alice se encontra de volta ao mundo que se encontra debaixo da terra, mas numa situação desesperadora: casa ou fica pra titia (o que na Inglaterra vitoriana é pior que a morte). Nesse ângulo, me lembrei de uma frase que li no blog de um amigo meu: "o homem está condenado a ser livre". Esse pensamento aflige a personagem, afinal ela aceitou o seu destino no país das maravilhas, dando forças para encarar o seu mundo real e alterar o seu destino escrito pela sociedade. Assim, a Alice de Burton remete as mensagens de auto-ajuda do tipo: seja você mesma, faça aquilo que sempre quis - o que me fez lembrar do ótimo Billy Elliot. Diferente da obra de Stephen Daldry, Burton fez um filme burocrático e enfadonho. Mesmo que a obra surpreenda com o seu belo desenho de produção (algo esperado diante da criatividade do diretor), o filme é irregular e isso fica óbvio no elenco, no qual Mia Wasikowska está no piloto automático como Alice, enquanto Johnny Depp segura as pontas, numa bela composição como o Chapeleiro Maluco. Mas esse personagem é também o responsável por uma das cenas mais infelizes que eu vi ultimamente no cinema: quando ele mostra a sua dança maluca. Algo que eu nunca esperaria em uma obra de Burton. Fiquei traumatizado.

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