quarta-feira, outubro 06, 2010

Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme


Oliver Stone tá mansinho. Mesmo sendo uma crítica a crise econômica, ao poder das grandes corporações e as richas quase shakespeariana entre os executivos, o filme é um verdadeira novela das oito. Esperando polêmicas, o filme cai no lugar comum e só chama atenção justamente por retratar a crise, melhor, a tal bolha que vira e mexe ela aparece, literalmente. Mesmo que o diretor tenha sido inteligente ao retratar e tentar comparar a crise atual com a que ocorreu em 1987, ano em que ele lançou a primeira parte Wall Street - Poder e Cobiça, mas infelizmente não sai disso. Um dos poucos pontos positivos é Michael Douglas. Sumido, o ator demonstra segurança ao voltar no papel do ganancioso e de moral dúbia Gordon Gekko que lança um livro sobre a sua vida após sair da cadeia. Pena que ele volte como coadjuvante pois o papel de Shia LaBeouf como o hamletiano Jacob Moore afugenta tudo ao interpretar um executivo ambicioso que pede ajuda a Gekko, por ironia, o pai de sua namorada, para se vingar da morte do seu mestre em conta dos planos maquiávelicos de Bretton James (Josh Brolin).
Retratando um momento em que todos estão pensando em dinheiro e aproveitar para ganhar mais ainda, mesmo que as coisas não estejam bem (como bem retrata a fracassada ex-enfermeira Susan Saradon) e que a única que não se importa com isso é a filha de Gekko interpretada por Mulligan, Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme mostra uma sociedade que na alegria e na tristeza o dinheiro é bem vindo. Como diria a célebre frase de Gekko: "ganância é bom". E sejamos sinceros, os americanos são bons nisso. Para o bem ou para o mal. Mesmo com o seu the end bobinho, o casal 20 da trama não resistiria a pobreza. Até o amor tem sifrão. Tai uma boa idéia para o próximo filme de Stone.

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