segunda-feira, fevereiro 07, 2011

O Tempo Que Resta


O Tempo Que Resta é um filme triste. Fotógrafo bem-sucedido descobre que tem pouco tempo de vida em conta de um câncer. Diante dessa nova realidade, Romain se isola de tudo, da família, do namorado, em busca de um fim próximo solitário. A exceção é a sua avó, em que ele se abre justamente por achar que ela é a pessoa mais próxima da morte em conta da idade. Um dos destaques do trabalho de François Ozon foi justamente de reverter o clichê existente nesse tipo de enredo - até chamam isso de filme da doença da semana, em que inevitavelmente o doente, melhor, o pobre coitado, se reune com a sua família para aproveitar os últimos dias de vida. Já na obra de Ozon, Romain faz o oposto: o doente se separa do namorado, briga com a família. O cara é cruel com todos como uma forma de que ninguém tenha pena dele, ele não é uma pessoa especial. Diante dessa via crucis, O Tempo Que Resta fala de um homem querendo descobrir o seu próprio fim, a sua existência, e isso se repercute na sua estranha e as vezes estourada fotografia e no seu belo final. A obra de Ozon é triste, mas chama a atenção por sair do lugar comum com essa estória.

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