sexta-feira, abril 08, 2011

O Vencedor


O Vencedor é uma obra que se passa no mundo do boxe, mas o seu foco está mais nas relações familiares e na influência que pais e irmãos exercem em nossas vidas. Mesmo como um elo importante, diga-se de passagem, o filme mostra que as vezes somos diminuidos e controlados pela família, que nesse campo podemos perder a nossa liberdade em nome da prole, como no caso do boxeador Mick Ward, que deseja ser um campeão, mas a sua vida profissional está em mãos um pouco amadoras de sua empresária, Alice Ward, que na verdade é a sua mãe, uma figura manipuladora e que tenta conviver e controlar a vidas de seus nove filhos. E pra completar é treinado pelo seu irmão Dicky Eklund, um ex-lutador campeão que vive no passado e que no presente se joga nas drogas. Mas após uma derrota previsível, Mick recebe a proposta de ser treinado por um profissional de verdade o que abalará a sua relação com a sua mãe e irmão. Percebe-se pela estória que Alice e Dicky são os grandes personagens e que a dupla Melissa Leo e Christian Bale atuam com garra, mas confesso que fiquei incomodado com a interpretação dos dois, que exageram nos maneirismos. Já no outro lado, gostei mais da atuação natural e contida de Mark Wahlberg e Amy Adams como a namorada dele, Charlene. Mesmo sendo um bom filme, O Vencedor me deixou decepcionado por ser irregular. As vezes se torna um drama com uma pitada inesperada de humor (os figurinos dos anos 90; as primeiras cenas de lutas, que mostra o ringue como um ambiente caótico e ridículo, além de tirar onda com as cenas antológicas de lutas de boxe de O Touro Indomavel; e claro, as horrorosas irmãs de Mick). Porém, o filme não é, em nenhum momento, profundo - simplesmente mostra uma família que pensa que é unida mas a decisão de um de seus rebentos coloca em xeque essa estrutura. Achei a montagem e a direção convencional; a trilha sonora é legal, mas avaliando o conjunto da obra, não achei digno de ser tão agraciado pela crítica.

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