quarta-feira, fevereiro 10, 2016

Os Oito Odiados

(The Hateful Eight, EUA, 2015)
Direção: Quentin Tarantino
Elenco: Samuel L. Jackson, Kurt Russel, Jennifer Jason Leigh, Walton Goggins

Em 2015, o grande cineasta Quentin Tarantino anunciara que está prestes a se aposentar. Mas enquanto esse tenebroso fim não chega o diretor não vacila e em seu último trabalho (espero com grande expectativa os próximos por favor!) lembra a sua estreia Cães de Aluguel (1993). Mas o que tinha de pop no seu primeiro filme, em Os Oito Odiados Tarantino utiliza todo o seu prestígio para fazer um roteiro vigoroso e uma produção de cair o queixo (e uma das mais violentas da carreira do diretor). Primeiro, o enredo é um fiapo (aborda justiça e racismo após a Guerra da Secessão) mas que Tarantino se deleita para explorar o seu ponto forte: os diálogos. E como o filme é verborrágico! Mas nunca chato. Segundo, a fotografia de Robert Richardson é deslumbrante tanto ao expor a bela natureza de um inverno rigoroso quanto o ambiente fechado da cabana na qual toda a estória se passa; e ainda tem um Ennio Morricone em plena forma conduzindo uma ótima trilha sonora (e boas músicas como The White Stripes). Nem é necessário dizer que o elenco está ótimo - tudo bem, Tim Roth parece ser o clone da persona de Christoph Waltz, mas aparece pouco. Dessa forma quem rouba a cena acaba sendo o personagem mais forte da trama interpretada de forma insana por Jennifer Jason Leigh, que entra no rol das melhores criações do diretor corrigindo a falha do seu filme anterior, Django Livre (2012), em que a única personagem feminina da trama era fraca e sem graça. Ainda bem. Mesmo que não seja nenhum Pulp Fiction, Kill Bill ou Bastardos Inglórios, mas ninguém é perfeito. Pra terminar: filmão.

2 comentários:

Unknown disse...

Eu amei a música e o elenco! Uma história muito bem executada (um filme que tem que assisitr da HBO MAX ONLINE ) , interessante! A premissa do filme é simples, mas a execução é impecável. Temos algumas tomadas memoráveis e trilha sonora de primeiríssima, mas seu ponto mais forte está nos diálogos, que retratam bem o período no qual a película é situada sendo ao mesmo tempo modernos e ainda relevantes. Também há uma certa sensação claustrofóbica por não se ter para onde fugir e o fato da gravação ter boa parte sido feita em locação (ao invés de estúdio) ajuda nisso, pois percebe-se que estamos definitivamente diante de um ambiente gelado e que isso não é mera obra de computação gráfica. O elenco também está afiadíssimo, com destaque especial para Samuel L. Jackson, que pode muito bem estar diante de uma possível indicação ao Oscar, ainda que não se possa descartar nenhum dos atores para a honraria.

Fabrício Veloso disse...

Oi Sofia, Os Oito Odiados não é o ponto alto da carreira do Tarantino mas é do Tarantino! Recapitulando: um filmão. Obrigado pelo comentário.