sexta-feira, agosto 10, 2018

A Noiva do Deserto

(La Novia del Desierto, Argentina/Chile, 2017)
Direção: Cecilia Atán e Valeria Pivato
Elenco: Paulinia Garcia, Claudio Rissi.

Teresa está viajando de Buenos Aires para uma cidade perto da fronteira do Chile para cuidar de uma família. E essa viagem se transforma em uma bela jornada de uma mulher que se atreve a sair do casulo e vivenciar experiências nunca sentidas como um relacionamento amoroso.
Com essa sinopse, A Noiva do Deserto recorda demais Que Hora Ela Volta? mas ambos apresentam abordagens diferentes. Enquanto o filme brasileiro é uma critica social sobre a relação patrão e empregado em um momento de ascensão social de classes menos privilegiadas. A produção argentina/chilena é um roadmovie intimista que expõe uma mulher de 54 anos que perdeu o rumo da vida. E a grande atriz chilena Paulinia Garcia dá um show dando luz a um ser calado, contido que sabe muito bem do seu papel no mundo: servir aos outros. Melhor, ser uma empregada doméstica submissa. E as cineastas novatas Cecilia Atán e Valeria Pivato realizam uma obra com pulso firme sem cair no melodrama fácil utilizando recursos próximo da personalidade de Teresa como a trilha sonora tímida (afinal a personagem é bastante introspectiva) e a bela fotografia que nos flashbacks mostra paletas sombrias e tristes ao exibir o seu antigo trabalho; e a luz solar que a viagem representa mesmo com a vegetação árida presente simboliza Teresa como uma mulher seca mas que com um pouco de água, a mesma vai ganhando novos contornos. Mais um bom exemplar do cinema sensível que a Argentina e o Chile lançam no mercado.

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