segunda-feira, outubro 10, 2022

Mais Que Amigos, Friends

(BROS, EUA, 2022)
Direção: Nicholas Stoller
Elenco: Billy Eichner, Luke Macfarlane, Guillermo Diaz, Monica Raymund.

Bobby é uma celebridade da comunidade LGBTI de Nova Iorque. Participa de um famoso podcast; é curador de uma mostra de um museu no qual defende a tese da homossexualidade de Abraham Lincoln; e por fim foi convidado por um grande produtor a escrever um filme romântico gay que seja acessível a todo tipo de público (o que ele acha um absurdo). Na vida pessoal, ele se vangloriza por nunca ter tido um relacionamento sério em seus mais de 40 anos de vida. Mas este fato se desestabiliza com a chegada de Aaron (outro gay que tem aversão a namoro) que ele conheceu em uma boate gay.
Mais Que Amigos, Friends (título ridículo, mas que caiu na graça no Brasil) é o primeiro filme romântico gay de um grande estúdio de Holywood (Universal). Até essa particularidade o ator e roteirista Billy Eichner explora no filme, mas entre mortos e feridos o filme me decepcionou um pouco.
Mesmo com alguns bons diálogos e momentos hilários (especialmente as que envolve sexo), o filme foca na natureza combativa e extremamente insegura de um cara que se orgulha das suas conquistas profissionais e da aceitação de sua sexualidade, mas que no campo afetivo é um desastre. O argumento recorda demais a série Sexo e a Cidade da HBO (inclusive se passa em Nova Iorque), mas alguma coisa falhou no meio do caminho que fez o filme decepcionar um pouco. Confesso que hoje em dia assistir comédia - e gostar de uma - é um acontecimento raro. Não sei se é o peso da idade, mas o humor de hoje não me atrai como antes a ponto de me tornar um ET neste segmento já que sempre recebo dicas de amigos...que era melhor ter recusado a oferta.
Voltando ao filme Mais Que Amigos, Friends. O roteiro pesou a mão nas noias do protagonista recheando a obra de clichês românticos (o que o filme ironizava na introdução). Tenho consciência que vivemos em um mundo em que o romântico foi substituído por uma simples e impessoal ficada com um estranho achado em um aplicativo, e o filme de Nicholas Stoller explora bem isso. Mas achei a fórmula usada na apresentação desgastada e o protagonista - no decorrer da narrativa - se torna mais um de tantas obras que eu assisti. A trilha sonora de Marc Shaiman ajuda nessa visão com um trabalho bem padrão no gênero de comédia comercial - o que me incomodou.
Por fim o filme acaba refletindo o espírito do seu próprio argumento: realizou uma grande conquista a comunidade LGBTI mas que não ousou na profundidade do seu protagonista, além de ter caído de cabeça nos grandes clichês de comédias românticas que assisti nos últimos 20 anos. Vale por alguns momentos inspirados - que eu sorri, mas precisava mais rsrs.

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