terça-feira, novembro 01, 2022

Fome de Viver

(The Hunger, Inglaterra, 1983)
Direção: Tony Scott
Elenco: Catherine Deneuve, David Bowie, Susan Saradon, Cliff De Young.

Um casal de vampiros que se adaptou aos tempos atuais caçando vítimas com discrição tem a sua rotina abalada quando John apresenta um quadro de envelhecimento que expande em uma velocidade impressionante. Com a aproximação de seu fim, a companheira Miriam se aproxima da médica Sarah que realiza estudos sobre como prolongar a vida do ser humano.
Primeiro filme de Tony Scott (Top Gun - Ases Indomáveis e Amor à Queima-Roupa) é um de seus melhores trabalhos. Fome de Viver é um exemplo máximo do cinema em voga nos anos de 1980: um misto de estética de propaganda de sabonete com videoclipe da MTV. E aqui essa abordagem combina perfeitamente com a adaptação do livro de Whitley Strieber criando um singular filme de terror chique, glamouroso, ou melhor ainda, uma obra gótica vamp graças a soturna trilha sonora de Howard Blake, Denny Jaeger e Michel Rubini que mescla com a música clássica criando belas cenas ao lado da fotografia de cores frias em ambientes escuros e fechados de Stephen Goldblatt expondo o "calabouço" físico e mental do casal de protagonistas. Mas é o elenco incrível que tona o filme um achado. David Bowie expõe com dignidade um vampiro em uma situação incomum: o fim da existência. Já Catherine Deneuve - mais bela do que nunca - em figurinos chiques da veterana Milena Canonero, é um iceberg em erupção vulcânico. Uma dama que não perde o sex appeal em um momento doloroso, e até mesmo em um dos temas chaves do filme que é a brevidade da vida. Este tema se soma a dominação e o instinto de caçador. Fome de Viver tem um roteiro raso, mas o seu forte vem do apurado senso estético, um ritmo de videoclipe que fascina. Um cult instantâneo; um cinema aos olhos de hoje que deixa uma certa saudade.

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