quinta-feira, setembro 05, 2024

Alien: Romulus

(EUA, 2024)
Direção: Fede Alvarez
Elenco: Cailee Spaeny, David Jonsson, Archie Renaux, Isabela Merced.

Em um planeta colônia para exploração, um grupo de jovens cansados do trabalho forçado decidem fugir para ir a um outro planeta. Mas para isso eles precisam da ajuda da jovem Rain e principalmente do seu irmão sintético Andy para roubar cabines para hibernação do espaço para aguentar a longa viagem espacial. E este artefato se encontra em uma nave desativada. Mas quando a tripulação chega nesta nave, eles não esperavam que estavam sozinhos no local.
Sangue novo é sempre bom para dar uma repaginada. E o agora produtor Ridley Scott acertou ao passar o bastão para um especialista em terror, o cineasta uruguaio Fede Alvarez. Após o fracasso de Scott ao voltar a saga inserindo um confuso ar metafísico; Alvarez não quer reinventar a roda e põe em prática a sua especialidade e o novo Alien retorna sua essência original: um terror tenso e claustrofóbico. O enredo se passa entre o Alien - O 8º Passageiro (1979) e Aliens, O Resgate (1986) e aproveita ao máximo todo o conceito visual dos filmes de Scott e Cameron - tem até uma inesperada volta de um dos personagens do primeiro filme em Alien: Romulus. Mas no filme de Alvarez, o cineasta introduz novos personagens e dilemas, e acerta ao mostrar um futuro pessimista tao bem representado na franquia. E o diretor foi muito competente ao criar personagens - finalmente - cativantes como é o caso dos irmãos Rain e Andy. Enquanto Cailee Spaeny transborda carisma como Rain e demonstra ser uma das atrizes mais interessantes da nova geração; David Jonsson injeta maneirismos que não caem no caricato. E vem da dupla questões como inteligência artificial versus da emoção humana. E é de encher os olhos como o filme recria com perfeição o grande chamada saga: o design de produção da nave espacial com referências aos primeiros filmes. Até a ótima e minimalista trilha sonora clássica de Jerry Goldsmith é reutilizada com eficiência por Benjamin Wallfisch. Mas é uma pena que achei a montagem de Jake Roberts o calcanhar de Aquiles, pois o ritmo é incessante demais. Diferente do início da saga em que o ritmo é mais calmo (intensificando ainda mais o medo e a claustrofobia); aqui a coisa é tão abrupta que não tem tempo para respirar o que causa uma certa confusão narrativa - principamente na introdução em que o público é jogado do planeta colônia até a nave espacial num piscar de olhos. Fora isso, Alien: Romanos é uma grata surpresa em uma saga que parecia ter se esgotado toda a sua potencialidade. Nada como um diretor com visão e livre das amarras dos executivos para botar a saga nos trilhos.

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