(Kind of Kindness, EUA/Inglaterra/Grécia, 2024)
Direção: Yorgos Lanthimos
Elenco: Jesse Plemons, Emma Stone, Willem Dafoe, Margaret Qualley.
Direção: Yorgos Lanthimos
Elenco: Jesse Plemons, Emma Stone, Willem Dafoe, Margaret Qualley.
O filme apresenta três estórias. Primeiro ato, Robert é um homem que leva uma vida confortável graças ao controle de Raymond. Até que um dia após um pedido absurdo de Raymond, Robert começa a questionar essa relação. Segundo ato, Daniel é um policial que desconfia que a sua esposa que sobreviveu a uma tragédia no mar não seja sua mulher. Terceiro ato, Emily procura uma mulher com poderes de cura e se envolve com uma seita estranha enquanto foge de um marido abusivo.
Não é fácil decifrar o novo filme do cineasta do momento, o grego Yorgos Lanthimos. Filmado na pós-produção de sua obra-prima Pobres Criaturas, o diretor retorna de forma agressiva e visceral ao seu estilo inconfundível de realizar obras bizarras e provocativas. Para quem estranhou O Lagosta ou O Sacrifício do Cervo Sagrado, Tipos de Gentileza é uma espécie de três episódios da renomada série Black Mirror mas que exige do público disposição e cabeça aberta para encarar o mundo surreal criado por Lanthimos. Confesso que ao sair do cinema achei o longa aborrecido em conta de sua longa duração tornando a obra cansativa pois o diretor vai pesando a mão no seu estilo. Se o filme parasse até a segunda história seria muito bom. Algo similar ao último filme de Ari Aster, Beau Tem Medo, que tem a mesma problemática. Mas com o passar do tempo, a última história ficou na cabeça e vi que o filme tem um traço de desesperança que retrai mas que mostra uma certa emoção. A melancolia da protagonista interpretada pela Emma Stone me deixou reflexivo. No entanto, a força do filme reside na ótima trilha sonora de Jerskin Fendrix, com arranjos que cria uma atenção sufocante. O elenco formidável dá conta do recado, em especial para Jesse Plemons que mostra uma tremenda habilidade em compor três personas distintas. E é através dele que o filme expõe o seu principal tópico: a falta de controle das nossas vidas, e os traumas perante aos abusos de poder e relacionamentos. O sentido de perder o controle perante a fatos bizarros como submissão, desconfiança e o escapismo da fé. Aqui, o humor seco e o constante suspense torna Tipos de Gentileza em uma alegoria sobre a crise material, emocional e espiritual. Algo muito latente no mundo que saiu do ponto mais crítico da pandemia de COVID-19.
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