quinta-feira, janeiro 03, 2008

Água Negra

O filme “Água Negra” conta a estória de Dahlia, uma mulher recém-separada, que vai morar num prédio antigo, numa região sem muito atrativos de Nova Jersey. No fundo, ela quer recomeçar a vida junto com a sua filha, Cecilia, num apartamento que encaixa bem no seu novo e apertado custo de vida. Mas coisas estranhas começam a acontecer no prédio, especialmente no apartamento que fica acima do apartamento de Dahlia. Nesse apartamento, cujo antigos inquilinos foram embora misteriosamente, é frequente ouvir passos, e o seu sistema de água é acionado sem nenhum motivo, o que ocasiona na inundação do apartamento. E consequentemente, nas intermináveis infiltrações no teto do apartamento de Dahlia, o que faz com que ela comece a suspeitar que coisas estranhas aconteceram naquele apartamento – coisas que acabam mexendo no traumático passado de Dahlia, especialmente a relação dela com a sua mãe.

Ótimo trabalho do diretor Walter Salles que faz um belo e perturbador estudo da maternidade. O filme surpreende por mostrar os dois lados da moeda de uma relação entre mãe e filha. Não é pra menos que o diretor brasileiro se inspirou na famosa trilogia do apartamento de Roman Polanski, especialmente O Bebê de Rosemary (que aborda a gravidez como um pesadelo). Com um ótimo visual, em que o fotógrafo brasileiro Afonso Beatto explora bem cores escuras, pálidas num ambiente que não para de chover. Destaque também para a inspirada atuação de Jennifer Connelly, numa personagem difícil, que tenta ser mãe exemplar para purgar as frustrações de sua experiência de ter tido uma mãe alcoólatra e amarga.

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